sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011

Dessa vez a pauta é refletir

Nos últimos dias tenho pensado tanto do meu avó. Ele faleceu a um ano, eu o amava tanto. E cheguei a conclusão que temos que dar importância para aqueles que estão vivos, porque depois só na eternidade. Que não sabemos onde e quando será, apenas o Pai sabe. Minha saudade me faz relembrar sua história de luta pela vida e resolvi, aqui, contar sua história quem sabe não sirva para aqueles que usam desta droga, que é o cigarro para refletirem sobre o que tem feito da vida.

Meu avó tinha 71 anos quando veio a falacer, mas a sua doença apareceu ainda aos 70, o que quer dizer que lutou um ano pela vida. Vou começar o descrevendo, Ervin, era alto, de cabelos brancos e com tupete (era importante para ele gostava de pentea-los com seu pentinho que sempre estava dentro do bolso, ah e sempre falava "esses cabelos sempre foram lavados com sabão de barra, por isso é bom assim"), bigode (que nada o fazia tirar), pele branca, suas características eram de original gaúcho, como costumavam o chamar.

As primeiras marcas das doenças apareceram com um machucado na perna, que nunca melhorava com muito custo, minha mãe a filha do meio conseguiu que ele fosse ao médico, ou não melhor, que o médico fosse até sua casa. O médico disse a ele que tinha que realizar alguns exames. Os exames eram para ver a circulação de sangue na perna, e como imaginado não havia, por isso nada cicatrizava. Ele foi a primeira vez para o hospital, e de muito contragosto por assim dizer. Foi constato que ele precisava de uma cirurgia para que fosse feita uma ponte, ele ficou receoso, mas fez e deu certo. Ficou muito tempo no hospital e após algum tempo foi para casa. Aos poucos foi recuperando e começou uma luta para que pudesse voltar a andar, pois tinha ficado muito tempo sem andar. Da cadeira de rodas para o andador e para muleta tudo muito demorado e lento.

Mas, quando tudo parecia certo e é daqui para frente os detalhes eu resolvi polpar depois de muito tempo com esse texto em rascunho, afinal o sofrimento para mim e toda minha família ainda é grande. Porém, vou resumir para que fique claro o que aconteceu com ele pode acontecer a muitos, que continuam a "desfrutar" dessa droga que é o cigarro. Depois de um ano de luta meu avó amputou as duas pernas, se manteve no hospital durante um tempo, no qual teve que a todo tempo ter alguém do lado devido as suas circunstâncias.

Enfim, meu vozinho faleceu (...) acho que aos poucos foi desistindo, o sofrimento era grande e assim se fez a vontade do Pai. Voltou ao que veio, Deus sabe a hora de todos e é por isso que temos que cuidar bem a cada minuto de vida, pois ela nos foi dada e o ontem não volta e o presente é o que ganhamos todos os dias.

Clara

O assunto em pauta hoje são tantos, às vezes penso que deveria parar a cada vez que tenho uma idéia e escrever, porque as idéias se acumulam, e ai na hora de escrever, os assuntos acabam a não se convergir. Mas, tenho que começar e vou falar hoje de seres incrivelmente maravilhosos, crianças.

Sou verdadeiramente apaixonada por essas criaturinha lindas, puras, felizes, mimadas (às vezes), mulecas. Não há nada melhor que um sorriso de uma delas para você. E mais uma vez o que me colocou aqui para escrever foi o que vi no ônibus, uma linda menininha. Blusa xadrex com tons de roxo e lilás, calça legging roxa para combinar, cabelos um pouco cacheados, pele branquinha e o que há de mais puro nelas alegria expressa nos olhos e no sorriso. Não sei o nome dela, mas resolvi dar a ela neste texto o nome de Clara.

Então, Clara entrou no ônibus com a avó e a mãe sorridente a menina andava como se estivesse num parque de diversões. "Mamãe, vamos sentar aqui atrás é alto, legal" e sorria. Naquele momento lembrei de quando era pequena adorava andar de ônibus era uma festa. Na verdade tudo para criança é motivo de festa e o brilho nos olhos não deixa mentir. Elas nascem para iluminar a vida da família, mas conseguem iluminar a qualquer um. É impossível resistir àquelas mãos, olhos, boca, rosto tudo tão pequeno.

O que venho realmente aqui falar é o valor deste seres tão pequenos, fragéis e sinceros. Temos visto tantos episódios de abandono de bebês, sequestros que me dói o coração pensar nelas. Como é possível resistir a um amor tão puro. Quero suplicar que tenham cuidado com elas, ensinar, educar, alimentar, dar amor e carinho, atenção elas precisam de tudo isso para crescerem e serem mulheres e homens de um novo mundo. Onde a cada dia o amor entre os seres humanos tem diminuido mais. Criem seus filhos para serem pessoas distintas, na quais possam sim fazer a diferença entre os demais.

Quero concluir, dizendo que Clara foi o nome que dei a essa menininha linda do ônibus, porque como tantas outras ela iluminou meu dia, que parecia comum. Mas, não era ela me fez lembrar que devemos todos os dias dar valor a vida e fazer o possível para viver um dia de cada vez, porém sem deixar as coisas importantes para depois. Pois, criança é assim quer fazer tudo, eles estão certos sabe? Amanhã está longe, o hoje é o que temos. E aqui neste mundo somos mortais, a eternidade vem após. E o presente é realmente em sentido literal um presente.Gestos simples como um sorriso podem mudar o dia de alguém que está precisando.