quarta-feira, 21 de novembro de 2012

Livros e prateleiras

Um livro a tanto tempo guardado em uma prateleira escondida, empoeirada, sem luz, negra e fria.  Apesar do contexto, dentro ele carregava páginas com cor, vida, sentimentos, desilusões, lágrimas, sorrisos, paixão, amizade, mas num rompante elas foram interrompidas e tudo que continha foi ficando longe, distante, pequeno, e o livro foi fechado. As páginas restantes foram deixadas em branco. Sim, não houve fim. Ele simplesmente foi fechado e esquecido em uma prateleira, tão escondida que por vezes Maria pensou que esta história havia se perdido.

Um vento pesado sobre seu corpo a levou de volta ao livro, empoeirado, sujo, e ao mesmo tempo confuso.  As páginas as trouxeram ao mundo distante e a fizeram pairar sobre uma história que não se recordava, pois o tempo, as mudanças do corpo, da mente, da alma, a fizeram apagar. De repente, ela se viu diante de do seu passado, presente e futuro, todos juntos e embaralhados.

Quem traça os nossos destinos é Ele e esse dia, o dia em que Maria iria retomar este livro estava previsto, estava escrito, tinha que acontecer. Livros foram feitos para ter fim ou não, mas páginas em branco não foram feitas para serem brancas. Elas pedem sentimento, eles pedem o peso de uma mão e um lápis sobre elas.  Tirar a poeira e voltar a escrever no livro foi a decisão de Maria. Nem todos os livros tem um fim, mas o dela, ela mesmo decidiu que irá ter. Ela fez a sua escolha, assim como todos os dias nós fazemos.

A cada despertar existe uma nova escolha e ao longo do dia, do mês, dos anos são várias que cada um faz. Ter medo significa parar no tempo, ter medo significa não seguir em frente, ter medo é viver a dúvida constante do que pode ser. Amanhã é um dia que eu, você e Maria não vivemos ainda. Ela ainda não terminou seu livro, mas perdeu o medo e tirou o livro da prateleira e resolveu prossegui-lo. Maria tem certeza de que amanhã serão novas escolhas, mas o livro ela irá carregar debaixo do braço até que termine as suas páginas em branco.

Quantas Marias, Joanas, Anas, Beatrizes estão agora resgatando livros antigos da prateleira...

 

 

 

sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011

Dessa vez a pauta é refletir

Nos últimos dias tenho pensado tanto do meu avó. Ele faleceu a um ano, eu o amava tanto. E cheguei a conclusão que temos que dar importância para aqueles que estão vivos, porque depois só na eternidade. Que não sabemos onde e quando será, apenas o Pai sabe. Minha saudade me faz relembrar sua história de luta pela vida e resolvi, aqui, contar sua história quem sabe não sirva para aqueles que usam desta droga, que é o cigarro para refletirem sobre o que tem feito da vida.

Meu avó tinha 71 anos quando veio a falacer, mas a sua doença apareceu ainda aos 70, o que quer dizer que lutou um ano pela vida. Vou começar o descrevendo, Ervin, era alto, de cabelos brancos e com tupete (era importante para ele gostava de pentea-los com seu pentinho que sempre estava dentro do bolso, ah e sempre falava "esses cabelos sempre foram lavados com sabão de barra, por isso é bom assim"), bigode (que nada o fazia tirar), pele branca, suas características eram de original gaúcho, como costumavam o chamar.

As primeiras marcas das doenças apareceram com um machucado na perna, que nunca melhorava com muito custo, minha mãe a filha do meio conseguiu que ele fosse ao médico, ou não melhor, que o médico fosse até sua casa. O médico disse a ele que tinha que realizar alguns exames. Os exames eram para ver a circulação de sangue na perna, e como imaginado não havia, por isso nada cicatrizava. Ele foi a primeira vez para o hospital, e de muito contragosto por assim dizer. Foi constato que ele precisava de uma cirurgia para que fosse feita uma ponte, ele ficou receoso, mas fez e deu certo. Ficou muito tempo no hospital e após algum tempo foi para casa. Aos poucos foi recuperando e começou uma luta para que pudesse voltar a andar, pois tinha ficado muito tempo sem andar. Da cadeira de rodas para o andador e para muleta tudo muito demorado e lento.

Mas, quando tudo parecia certo e é daqui para frente os detalhes eu resolvi polpar depois de muito tempo com esse texto em rascunho, afinal o sofrimento para mim e toda minha família ainda é grande. Porém, vou resumir para que fique claro o que aconteceu com ele pode acontecer a muitos, que continuam a "desfrutar" dessa droga que é o cigarro. Depois de um ano de luta meu avó amputou as duas pernas, se manteve no hospital durante um tempo, no qual teve que a todo tempo ter alguém do lado devido as suas circunstâncias.

Enfim, meu vozinho faleceu (...) acho que aos poucos foi desistindo, o sofrimento era grande e assim se fez a vontade do Pai. Voltou ao que veio, Deus sabe a hora de todos e é por isso que temos que cuidar bem a cada minuto de vida, pois ela nos foi dada e o ontem não volta e o presente é o que ganhamos todos os dias.

Clara

O assunto em pauta hoje são tantos, às vezes penso que deveria parar a cada vez que tenho uma idéia e escrever, porque as idéias se acumulam, e ai na hora de escrever, os assuntos acabam a não se convergir. Mas, tenho que começar e vou falar hoje de seres incrivelmente maravilhosos, crianças.

Sou verdadeiramente apaixonada por essas criaturinha lindas, puras, felizes, mimadas (às vezes), mulecas. Não há nada melhor que um sorriso de uma delas para você. E mais uma vez o que me colocou aqui para escrever foi o que vi no ônibus, uma linda menininha. Blusa xadrex com tons de roxo e lilás, calça legging roxa para combinar, cabelos um pouco cacheados, pele branquinha e o que há de mais puro nelas alegria expressa nos olhos e no sorriso. Não sei o nome dela, mas resolvi dar a ela neste texto o nome de Clara.

Então, Clara entrou no ônibus com a avó e a mãe sorridente a menina andava como se estivesse num parque de diversões. "Mamãe, vamos sentar aqui atrás é alto, legal" e sorria. Naquele momento lembrei de quando era pequena adorava andar de ônibus era uma festa. Na verdade tudo para criança é motivo de festa e o brilho nos olhos não deixa mentir. Elas nascem para iluminar a vida da família, mas conseguem iluminar a qualquer um. É impossível resistir àquelas mãos, olhos, boca, rosto tudo tão pequeno.

O que venho realmente aqui falar é o valor deste seres tão pequenos, fragéis e sinceros. Temos visto tantos episódios de abandono de bebês, sequestros que me dói o coração pensar nelas. Como é possível resistir a um amor tão puro. Quero suplicar que tenham cuidado com elas, ensinar, educar, alimentar, dar amor e carinho, atenção elas precisam de tudo isso para crescerem e serem mulheres e homens de um novo mundo. Onde a cada dia o amor entre os seres humanos tem diminuido mais. Criem seus filhos para serem pessoas distintas, na quais possam sim fazer a diferença entre os demais.

Quero concluir, dizendo que Clara foi o nome que dei a essa menininha linda do ônibus, porque como tantas outras ela iluminou meu dia, que parecia comum. Mas, não era ela me fez lembrar que devemos todos os dias dar valor a vida e fazer o possível para viver um dia de cada vez, porém sem deixar as coisas importantes para depois. Pois, criança é assim quer fazer tudo, eles estão certos sabe? Amanhã está longe, o hoje é o que temos. E aqui neste mundo somos mortais, a eternidade vem após. E o presente é realmente em sentido literal um presente.Gestos simples como um sorriso podem mudar o dia de alguém que está precisando.

terça-feira, 18 de janeiro de 2011

Existem culpados para a calamidade do Rio de Janeiro?


O número de mortos já chega a 680 na região Serrana. O Rio de Janeiro vive umas das maiores calamidades da história. Pessoas estão morrendo, perdendo suas casas, famílias, tudo que tem. Os dias se passam e as chuvas não cessam, a imprensa e as pessoas querem respostas, uma satisfação do governo. É absurdo! Ninguém pode dar satisfação disso tudo, parem!O mundo não roda ao redor do homem, ele não está no centro de tudo e nem é capaz de controlar o mundo.

O que acontece é que ao passar dos séculos o homem passou a ser o centro e as pessoas creem que tudo ele faz e resolve. Se o homem fosse capaz realmente de ter solução de tudo, não existiria a morte, afinal a maioria teme o fim.

Quero falar que essa catástrofe não tem explicação. A Dilma nem ninguém pode dar satisfação de tal situação, eles não são Deus. Só ele, pode e tem seus propósitos, ninguém mais. Eu sei que é difícil aceitar que tudo isso está sob o seu controle, mas creiam, não é fácil, mas tudo tem um motivo. Deus não é injusto, sei que ao falar assim muitos vão se perguntar era justo eu perder minha casa, minha família, tudo que tinha. Não sei. Só o que posso afirmar é que a misericórdia de Deus é grande. Creia nele.

Se você não crê nele pelo menos pense, a natureza foi criada por quem? Pelo homem? Se não foi ele como pode ter controle dela? A natureza é misteriosa e por mais que existam estudos ninguém pode decifrá-la.

Para quem lê a Bíblia, pode confirmar do que falo, tudo que hoje está acontecendo, lá estava previsto. Guerras, terremotos, amor de pais e filhos se esfriarem, tudo está lá e este livro não foi escrito agora. Como a tanto tempo atrás poderiam prever algo? Essa resposta se chama Jesus, o único que está sobre a terra e que é capaz de nos salvar e nos dar luz.

Parem de preocupar com respostas! Muitas delas alguns acham erroneamente, outros não a acham e ficam assim querendo responsabilizar alguém por algo que não se achará. Os que estão de longe e sofrem podem ajudar, mandem doações, orem, peçam para que essas pessoas sejam salvas.

Somos muito pequenos diante de tudo o que acontece não podemos carregar o mundo nos braços, mas Deus é soberano, abra os olhos e creia que ele pode. Não importa sua religião, sua crença, Deus é a essência de tudo e de todos, sem ele o que somos? De onde viemos? Para onde vamos? Somos apenas um esqueleto constituído de carne e ossos? E qual o motivo de estarmos aqui? Viemos sofrer neste mundo que anda cada dia mais louco ou viemos buscar o prazer e felicidade própria? E assim é a vida? Nascemos, crescemos, vivemos loucamente, alguns reproduzem e depois morremos? Qual o objetivo? Não há, uma essência algo maior? O que vem depois da morte? Afinal, aqui o tempo é tão curto, passa tão rápido, as pessoas se vão e nos deixam e ai vemos o quanto somos pequenos e incapazes de modificar nossa natureza.

Todas essas perguntas é para que reflitam, sobre tudo que vem acontecendo no mundo! E parem de achar respostas em lugares errados!

sábado, 11 de dezembro de 2010

Caos no Transporte Metropolitano

A cidade cresceu, mas a infra-estrutura do transporte metropolitano continua a mesma. Lagoa Santa cada dia que passa aumenta mais o número de habitantes e consequentemente tudo que os circunda: comércio, área imobiliária e assim por diante. Porém a opção de transporte público Lagoa Santa para Belo Horizonte anda cada vez mais precário, uma demonstração do descaso do poder público com o “povo”.

Ao entrar nos ônibus a situação é sempre a mesma, parece um filme que se repete todos os dias, porém às vezes aumenta os atores contracenando. Uma cena que muitos estão cansados de ver e reclamar, que solução? Muitos têm que trabalhar e não podem simplesmente se dar ao “luxo” de esperar o próximo, que com certeza estará cheio e assim a situação perdurará.

Aumentar a quantidade seria uma solução, mas será que não há outra? Sim há, Lagoa Santa é a única cidade que tem uma única opção de linha de ônibus, que vai da Rodoviária para outra, somente essa. Não se espantem leitores que não moram na região, é assim mesmo, ou não, me perdoem! Temos também uns 2 ou 3 horários que ao invés de passar pela Antônio Carlos vai via Cristiano Machado. Essas são as opções para quem tem que trabalhar ou estudar todos os dias, ir e voltar em um ônibus lotado e em pé, se quiser chegar em casa “sentado só por um privilégio” .As pessoas não sabem o que fazem, o cansaço ou a vontade de chegar em casa? Por vezes a vontade de chegar em casa vence e lá vamos nós em uma jornada que pode demorar uma hora se tudo der certo, ou duas às vezes, quem sabe?

Assim como outras cidades da região Metropolitana, deveríamos contar com outras linhas que dessem outras opções de acesso. Exemplo uma linha que fosse até a primeira estação do metrô ou até mesmo a região hospitalar. A questão é do jeito que está não dá para continuar. Esperamos, coloco este verbo na terceira pessoa porque a reclamação não é só minha, mas de todas as pessoas que dependem desse meio e que utilizam dele todos os dias, e que realmente almejam ter um meio de locomoção “decente” para ir e voltar do seu serviço, ao menos sentado.

quarta-feira, 27 de outubro de 2010

Lágrimas

Ontem a noite peguei o ônibus para voltar para minha casa. Como de costume estava cheio, fui em pé, mais ou menos no meio dele. Ali podia observar todas as pessoas que ali estavam da mesma forma que eu, voltando para casa e com muita vontade de  chegar.

Algumas e a maioria delas que estavam sentadas dormiam, com certeza levantaram cedo, trabalharam o dia todo ou estudaram o dia havia sido cansativo. Alguns conversavam, mas um em especifico me chamou atenção, desde que entrei no ônibus ele falava baixo ao telefone, no meio de tantas pessoas fica dificil falar em tom mais baixo, ficou durante alguns minutos.  Me distrai com o que se passava fora dali e quando voltei meu olhar para ele, que deveria ter seus 25 anos, alto, dos cabelos pretos e a pele clara, me deparei com seus olhos cheios de lágrimas. E o que me chamou a atenção foi que chorava e o mundo em que ele estava parecia fora dali.

Então, fiquei pensando o que fazem as pessoas chorar? Uma morte, um fim de namoro, uma doença, medo, raiva, uma dor, sim, essa dor que sentimos seja por que motivo for ela que nos motiva a chorar. E o engraçado é que choramos por motivos vários, mas nenhum que tenha proporções iguais. Afinal um fim de namoro não pode ser comparado a um falecimento. Sim, mas em algumas choramos de alegria, porém sempre que olhamos para alguém que derrama lágrimas pensamos em dor, sofrimento, tristeza e nunca alegria.
Os nossos gestos, atitudes sempre nos remetem a como estamos: tristes ou felizes, cansados, bem humorados.... Ontem percebi que aquele homem, menino ou garoto não sei o que por dentro ele porta, mas por fora me passou tristeza, dor, sofrimento... E nós o que temos passado para os outros?

O que temos feito do Tempo?

O que falar do mundo e do tempo em que vivemos? O que falar das nossas vidas? O tempo corre, os dias cansam, as horas voam. E os segundos? Será que eles existem? As pessoas correm para fazer do tempo maior do que ele é. O tempo é pouco para o mundo em que vivemos, onde temos que fazer tantas coisas e temos de ser multifuncionais, afinal no tempo da tecnologia temos que dar conta de absorver tudo.

Este é o problema: tantas coisas que às vezes deixamos para trás coisas valiosíssimas, como uma reunião na escola do filho, um tempo de estar com a família, para descansar ou para cuidar da saúde, um tempo com Deus ou com você mesmo. Os dias correm, os meses voam e os anos atropelam nossas vidas.

Estamos sendo derrubados pelo tempo. Queremos ser tudo e por vezes não somos nada.  Não se deixe levar pela correria, o tempo passa e não volta. Os filhos crescem, a família acaba por se distanciar, cuide da saúde, pois sem ela é impossível e mantenha-se perto de Deus. Este é único e sempre pronto a nos receber. Mas não espere mais um ou dois anos da sua vida te atropelarem. Pense o que tem feito do seu tempo, das suas escolhas, da saúde, da família, dos amigos, de Deus, que te criou e fez de ti sua imagem e semelhança. Se liberte um pouco deste tempo que não pára. Você pode e deve parar para pensar. Se permita!